Aloha, Hawaii!
A IEEE Conference on Systems, Man, and Cybernetics (SMC) estava programada para ocorrer na ilha de Maui, em outubro. Mas, um incêndio de imensas proporções atingiu a ilha em agosto/2023, destruindo várias casas, comércios e diversas instalações; e, mais devastador, ceifando quase cem vidas.
Assim, pouco antes da data de início do SMC, aproximadamente com um mês de antecedência, os organizadores decidiram mudar o lugar do evento para o hotel Sheraton Waikiki, na ilha de Oahu, Honolulu. Esta mudança trouxe transtornos para todos os envolvidos e, no meu caso, a passagem aérea já tinha sido adquirida para Maui. Logo, pousaria na ilha errada.
O evento deste ano recebeu 1.400 submissões (de 43 países) e teve uma taxa de aceitação de 56%. Quase metade dos artigos, mais precisamente, 350, foram apresentados de maneira virtual (ou seja, a mudança do local do evento impactou muitos dos participantes).

Apresentei o artigo A post-selection algorithm for improving dynamic ensemble selection methods que foi desenvolvido em parceria com Rafael Cruz (ETS, Canadá) e Paulo Roger (aluno de doutorado no CIn-UFPE). Este artigo propõe uma abordagem que seleciona on-the-fly a melhor técnica de Dynamic Selection (DS) por instância de teste. Logo, o artigo tem o objetivo de endereçar a seguinte pergunta de pesquisa: como escolher a melhor técnica de DS por instância de teste? Esta pergunta leva a uma reflexão sobre se precisamos de mais e novas técnicas de DS ou se as técnicas de DS existentes já seriam suficientes para se obter uma boa precisão global do sistema. O artigo conclui que as técnicas que DS são complementares e que o framework proposto é capaz de melhorar a precisão do sistema quando comparada à cada uma das técnicas de DS isoladamente.

A ilha de Oahu é a terceira maior ilha do Havaí; mas, é pequena. A maior distância entre dois pontos da ilha é de, aproximadamente, 70 km. Por outro lado, esta é a ilha mais populosa do Havaí com um milhão de habitantes.
Marcas do sete de dezembro de 1941 estão expostas e tem um papel educador marcante. Nesta data, antes das oito horas da manhã, a Baía de Pearl Harbor foi atacada pelos japoneses em plena segunda guerra mundial. Esta baía, a oeste de Honolulu, foi pega de surpresa e os danos foram expressivos.
Vários navios, aeronaves e diversos equipamentos e instalações sofreram danos ou foram completamente destruídos. Desastrosa a perda de mais de duas mil vidas, neste fatídico evento que durou menos de oitenta minutos.
Dos oito navios de batalha ancorados na baía, quatro foram afundados. Sobre os destroços do USS Arizona foi construído um memorial que pode ser acessado de barco a partir do centro de visitação de Pearl Harbor.



As praias do North Shore sāo uma meca para os surfistas. Oferecem ondas perfeitas que atraem surfistas do todo o mundo. Waimea Bay, Shark’s Cove, Banzai Pipeline e Sunset Beach sāo pontos para aproveitar não só o visual deslumbrante mas também as águas do pacífico. Cuidado: as ondas enormes de Pipeline quebram em águas rasas sobre um recife afiado e cavernoso e são conhecidas por sua letalidade.
Para os amantes de café, vale a pena experimentar o Kona café. Ele é produzido apensa no Havaí, de maneira artesanal e é cultivado em solo vulcânico. Adianto que, dado esses atributos, não é um café barato.

O farol de Makapu’u localiza-se no ponto mais oriental da ilha e foi construído em 1909. Com 14 metros de altura, este farol possui a maior lente dentre os faróis dos Estados Unidos. A trilha (3,2 km, ida e volta; com 150 metros de elevação) que leva ao farol oferta uma vista espetacular da costa e da cratera do vulcão Koko.





O Diamond Head é uma cratera de um vulcão cuja visita precisa ser agendada com antecedência, pois é um parque estadual e possui limite de visitantes por dia (duas mil pessoas). O estacionamento fica na base do vulcão e os visitantes fazem uma trilha até o seu topo para desfrutar de uma vista privilegiada da cidade. Mas, isso tem um custo, são mais de 180 metros de altura de elevação por uma trilha que ziguezagueia pela encosta do vulcão num calor nordestino. Mas, a recompensa vale cada gota de suor.
Mahalo, Oahu!
Posfácio
No longo voo de volta, finalizei a leitura do livro de ficção científica “O problema dos três corpos”, de Cixin Liu — recomendo++ esta leitura para os amantes ou não de ficção. Ao subir o Diamond Head, deparei-me com uma escada que me fez lembrar de passagens do livro, em especial, a Base Costa Vermelha, na qual uma antena foi usada para a enviar o “primeiro grito da Terra que alcançou os ouvidos de um mundo extraterrestre”. Sinal que atingiu o sol e foi amplificada para o universo e que, certamente, chegou até o Havaí; um conjunto de ilhas isoladas no meio do pacífico, tão distante que possui seu próprio fuso horário e está a 3.900 km do continente.
“Sempre tive a impressão de que as melhores histórias da humanidade, as mais bonitas, não eram cantadas por bardos itinerantes, nem escritas por dramaturgos e romancistas, mas relatadas pela ciência.”
Cixin Liu

























































(Monument Les Braves — Omaha Beach)






